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Você que trabalha com comunicação também
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sente que vive numa guerra por atenção?
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Todos os dias a gente sofre com pressão
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por likes, chefes que não entendem o
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nosso trabalho, salários que não são
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justos pelo que a gente faz. E eu vou te
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contar uma história triste, mas que vai
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te fazer amar ainda mais a nossa
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profissão. E essa história começa antes
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de a comunicação virar uma profissão de
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verdade. Lá na Idade Média, quem contava
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histórias não era influenciador, era
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Bardo. Os Bardos surgiram nas culturas
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celtas e eram profissionais de contar
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histórias. Eles eram poetas cantores que
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usavam a música para recitar, cantar e
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informar as pessoas. E esses malucos
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falavam de reis, deuses e
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revoluções. Além disso, o conhecimento
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era um privilégio divino. Na Europa
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medieval, a verdade vinha de Deus e o
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poder era todinho da igreja. Por causa
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disso, o povo só sabia o que os líderes
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religiosos permitiam. Ou seja, querida
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pessoa, comunicar ideias era perigoso.
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Giordano Bruno, por exemplo, foi
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queimado vivo por escrever livros sobre
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cosmologia. filosofia, teologia que
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incomodou demais os líderes da época. E
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não pensa que isso é coisa de um passado
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muito distante, porque na Revolução
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Francesa, que aconteceu entre
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1789 e 1799, muitas pessoas distribuíam
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panfletos para espalhar ideias
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revolucionárias e essas pessoas foram
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literalmente caçadas pela polícia. Eles
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eram os redatores públicos da época e
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morriam quando um texto dele ficava
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muito famoso, como se tivesse viralizado
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na internet. Imagina se hoje cada poste
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seu pudesse te levar paraa fogueira ou
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paraa forca ou te fazer perder a cabeça.
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A gente reclama dos algoritmos, mas olha
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aí da onde que a gente veio. Mais paraa
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frente surgiram as universidades que
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eram como se fossem clubes de
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rebeldes. Elas foram primeiro passo para
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tirar o conhecimento ali das mãos dos
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religiosos. Só que, claro, o
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conhecimento ainda era um privilégio da
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elite. Até que no renascimento tudo
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mudou. Pensadores começaram a dizer que
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conhecimento não é rezar, mas é observar
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o mundo. E foi Francis Bacon, no século
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X7, que nos deu a maior verdade da
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história. Ciência protestas est. O
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conhecimento é poder. Traduzindo, quem
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controla a informação controla o jogo. E
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essa ideia virou a alma da comunicação
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moderna. Só que tinha um pequeno
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detalhe. A verdade era coisa de
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cavalheiro. Pois é, só homem rico e
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branco podia ser confiável. E até hoje
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temos essa herança pesada de informar o
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que os que estão ali por baixo, só que a
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gente não consegue nem ouvir eles. Até
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que no Iluminismo o conhecimento virou
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especialidade e a gente começou a
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dividir tudo em caixinhas, tipo você
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especialista em A, eu sou especialista
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em B. Isso é até bom para organizar o
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conhecimento, só que é péssimo para
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simplificar informação. Já naquela época
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as pessoas reclamavam que tudo era muito
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raso, uma crítica que todo jornalista já
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teve que ouvir alguma vez. Ou seja, a
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comunicação nasceu nesse caldeirão de
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poder, elitismo e contradição. E
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adivinha só? A gente herdou toda essa
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bagunça. Aí então veio o século XIX e a
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comunicação finalmente virou um
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trabalho. E mesmo se tornando uma
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reconhecida, ninguém levava ela a sério.
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Jornalista era visto como vagabundo.
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Publicitário era charlatão. Nessa época
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aí surgiu um cara muito famoso, Charles
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Dickens, que escrevia sobre pobreza. E
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ele ficou sendo conhecido como um
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perturbador da ordem. Veja você, ele
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usava a escrita para denunciar a
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injustiça social, a miséria da era
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vitoriana, principalmente exploração de
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trabalho infantil, a pobreza extrema.
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Ele também chamava atenção paraa
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realidade das mulheres da época, que
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eram alvos constantes de muitas
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agressões. E não, ele não sofria só com
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falta de respeito, mas também com falta
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de dinheiro. Este parece familiar? Os
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primeiros comunicadores organizaram
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greves por salários dignos. Hoje a gente
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briga para ter home office. Eles
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brigavam para não morrer de fome. Mas
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foi assim na raça que nasceram
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sindicatos. associações e tudo ficou
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organizado e essa luta aí nunca parou.
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Até que chegamos no século XX, a coisa
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toda ficou épica. Na década de 1930,
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Orson Wales causou pânico com Guerra dos
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Mundos. Essa transmissão no rádio serve
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até de exemplo paraa teoria hipodérmica
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lá de teorias da comunicação. Ele causou
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a maior confusão lendo um texto fiquício
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no rádio, mas que muita gente pensou que
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era verdade e virou tudo de cabeça para
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baixo. Ou seja, fake news não é invenção
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da internet. Ainda no século XX, a gente
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teve problemas muito sérios com
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ditaduras que colocaram alvo em cima dos
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comunicadores. Aí teve censura, teve
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sumissos. Mas sabe o que que salvou a
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profissão? O jornalismo independente.
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Panfletinhos escondidos, rádio pirata. E
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aí que a gente vê que a comunicação
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sobrevive porque ela se
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reinventa. E nesse século também começou
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a revolução digital. A gente virou
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gerador de conteúdo, gestor de
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comunidade, analista de
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engajamento. Mas no fundo a essência é a
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mesma, contar histórias que mexem com o
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mundo. Então, por que você acha que só
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você é desvalorizado? Só você sofre a
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desvalorização, a cobrança absurda, a
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invisibilidade. Isso não é falha sua, é
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uma herança histórica mesmo. Mas essa é
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a beleza de tudo. Se a comunicação
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sempre foi caótica, nós somos expertes
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em sobreviver nesse caos. Do rádio até
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chegar no TikTok, sabe lá onde mais a
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gente vai parar. Cada geração acha o seu
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próprio jeito de não se calar. E você
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vai desistir agora depois de séculos de
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gente te antecedendo e lutando pela sua
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profissão? Honre o passado, mas crie
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novas regras. Use aí a criatividade que
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fez o Giordano Bruno desafiar a
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fogueira. Encontra a coragem que fez
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Dickens denunciar a pobreza. E não
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esqueça que se comunicar sempre foi
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difícil, é porque sempre foi importante.
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Então para de ficar se lamureando que a
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sua profissão é ingrata. Talvez ela só
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precisa que você entenda ela. E quem
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sabe um dia você vai contar essa
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história para alguém, não como tristeza,
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mas com orgulho, porque você faz parte
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dela. Muito obrigada por assistir até
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aqui. Um beijo e até o próximo vídeo.
